Estou de volta para falar de um
mesmo assunto, porém com ares de brasilidade. No dia 16/03/2013, postei em Café sobre rodas as invenções sofisticadas de designers
europeus para a venda de café expresso em carrinhos que circulam em Londres e
na Alemanha (Velospresso e The Coffe-Bike). Ao passar no Vagão-Biblioteca,
durante uma viagem ao Rio de Janeiro, leio na edição de maio da revista Almanaque
Brasil, as versões coloridas que circulam desde os anos 1980 nas ruas de
Salvador. É um desfile de imaginação e arte popular nos carrinhos conduzidos
por empreendedores ambulantes que vendem cafezinho em garrafas térmicas. Eles fazem tanto
sucesso por lá que, às vezes, se emparelham nas proximidades do Elevador
Lacerda para a inusitada Cafeata, concurso organizado pela associação Viva
Salvador.
O mais importante, naturalmente, é chegar até o cliente. "De manhã, vendem em filas nos centros de saúde ou em repartições públicas. Pela tarde, percorrem bairros mais centrais e comerciais e, de noite, vão para os bairros residenciais, pois os porteiros são fregueses", informou a fotógrafa e pesquisadora Isabel Gouvêa à revista. Infelizmente, a matéria da está disponível apenas na versão impressa (edição de maio, ano 15, número 169).
Abaixo, a foto "Carrinho de café", criação do artista Paulo César de Jesus, hoje no acervo do Museu Afro Brasil, que atesta: ele foi o precursor desta arte, chegando a alugar suas obras para a filmagem do filme Ó pai, ó (filme brasileiro de 2007, dirigido por Monique Gardenberg, com roteiro baseado em peça de Márcio Meirelles que conta a história dos moradores de um cortiço no centro histórico do Pelourinho, em Salvador). Estrelado por Lázaro Ramos, Stênio Garcia, Wagner Moura, Dira Paes com os atores do Bando de Teatro Olodum).
Na foto acima, Paulo César com outro carrinho nas ruas de Salvador, em exposição no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, na mostra "Design da Periferia", até o dia 29/07/2013.
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