Adriano Macedo | Pescadas Expressas

domingo, 14 de abril de 2013

Família Schürmann embarca em aventura transmídia

VIAGEM


A primeira família brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro há quase 30 anos está na contagem regressiva para a próxima aventura. A Família Schürmann inicia em novembro a Expedição Oriente para refazer parte da suposta rota dos chineses que, em 1421, teriam sido os primeiros navegantes a contornar o globo. O capitão Vilfredo Schurmann, a esposa Heloísa, os filhos Wilhelm, Pierre e David (líder da tripulação de terra), e o neto Emmanuel, farão a aventura ancorada no tripé inovação, tecnologia e sustentabilidade.

A filha caçula Kat (Katherine Schurmann, filha adotiva que faleceu em 2006, inspirou o livro Pequeno Segredo, da Editora Agir, lançado em 2012, e terá sua história transformada em filme) estará simbolicamente presente ao inspirar o nome do novo veleiro, que sai de Itajaí (SC) no dia 24 de novembro para uma temporada de dois anos em alto mar.

A aventura vem sendo considerada transmídia pela família. Isso porque terá transmissão diária pelo site do projeto, em cinco idiomas. Contará com uma plataforma digital interativa para se comunicar com usuários de todo o mundo; estará nas redes sociais (Facebook, YouTube e Instagram), contará com aplicativos para smartphones e permitirá a interação dos seguidores por meio da criação de embarcações virtuais customizadas por meio de técnicas de gamification. O veleiro também será dotado de um sistema elétrico digital que pode ser manipulado remotamente por dispositivos móveis como um iPad.

O Kat será equipado com sistema de geração de energia limpa, por meio de eólicos, painéis solares, dois hidrogeradores e duas bicicletas ergométricas para a produção de energia durante os exercícios físicos da tripulação. Terá ainda sistema de tratamento de esgoto e um equipamento para reaproveitar o lixo orgânico. Sem contar as quase 110 toneladas em aço utilizados no veleiro (do aço carbono ao inoxidável), fornecidos pela ArcelorMittal Brasil, Aperam e Belgo Bekaert, já que o insumo é 100% reciclável. O conjunto de empresas patrocinadoras do projeto é formado pelas empresas Estácio, HDI Seguros e Solví.


O Blog Expresso fisgou o capitão Vilfredo para uma rápida prosa no Vagão 11:

Adriano Macedo: Quase 600 anos separam a nova expedição da família Schürmann da suposta viagem dos chineses até os confins da terra. De que forma as tecnologias, que evoluíram significativamente, podem ajudar o homem contemporâneo habituado a navegar em mar aberto no exercício da liderança?

Vilfredo Schürmann: A tecnologia irá dar mais segurança se comparamos com 600 anos atrás. Temos informações precisas e em tempo real de previsão meteorológica e assim podemos preparar a redução das velas. Temos cartas náuticas, digitalização com áudio que informa os perigos que teremos na frente, como pedras, corais etc., pingado ao GPS. Temos um equipamento similar ao transpondes dos aviões que indicam o navio que iremos cruzar, sua rota, seu nome e o que ele está transportando. Temos o radar que quando abate a neblina podemos navegar sem nada enxergar na proa. Temos o telefone por satélite que poderemos nos comunicar em caso de emergência. Enfim, a tecnologia está aí pra nos ajudar. No entanto, não podemos esquecer que o mar não mudou nesses 600 anos. Posso dizer que até alterou com tempestades fora de época, como foi o ciclone Catarina, cinco anos atrás. Temos que estar conectados com informações de erupções vulcânicas que podem provocar os Tsukada. Ao olhar o barômetro, quando cai, sabemos que a tempestade virá.

AM: Qual o principal legado uma aventura Transmídia pode deixar para a sociedade de hoje?

VS: Acessibilidade e participação em tempo real. Além de o projeto se tornar algo interativo com feedback imediato. As pessoas poderão mandar dicas, ou curiosidades que poderemos atestar in loco em tempo real. Além disso, também poderão seguir a expedição nas multiplataformas. O legado é de que a aventura acontece em conjunto, aumentando o engajamento e, com isso, levaremos milhares de tripulantes virtuais conosco, que viverão as experiências de certa forma conosco.

AM: Quais os "livros de Proa" pretende levar para a viagem?

VS: Nós temos uma biblioteca grande e alguns livros que ainda não lemos serão levados a bordo. Iremos mesclar livros impressos com tabletes; bons livros de aventura, suspense, policial e também livros de espiritualidade com a engenharia quântica. Quando estamos na roda de leme na madrugada é bom escutar os áudios de livros. É uma delicia e o tempo passa rápido.

Para conhecer a emocionante história de Kat Schürmann, acesse o Diário de Bordo. Para mais informações sobre a aventura, clique em Expedição Oriente.


Crédito das fotos: Família Schürmann. No topo: imagem do veleiro Kat. Ao centro, o capital Vilfredo. Acima, a marinheira Katherine. 

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